Sem nenhuma promessa, expectativa é de que imposto integrado entre em vigor só em 2025

freepik


Os efeitos mais práticos de uma suposta reforma tributária só deverão surgir de fato a partir de 2025. É esta a previsão do próprio governo federal, que projeta para daqui a dois anos a entrada em vigor do Imposto sobre Bens e Serviços, o IBS. O tributo será criado para substituir o PIS, a Cofins e o IPI, todos impostos federais, além do ICMS (estadual) e o ISS, cobrado pelos municípios.

Ainda assim, há um longo caminho até a criação do IBS. Para explica Igor Montalvão, advogado, sócio e diretor-jurídico do Montalvão & Souza Lima Advocacia de Negócios, a expectativa em torno do IBS pode ser mais positiva do que sugerem as discussões. “Ainda não há nada de concreto que permita acreditar que o IBS e a reforma tributária num todo estejam prontos num médio prazo. Há uma demora imensa na tramitação da PEC 45/2019, e será preciso aguardar por mais tempo até que vejamos o quanto essa pauta será priorizada no Congresso”, pontua.

Em 2021, havia uma expectativa e até o compromisso de deputados e senadores de colocar o projeto em votação ainda no segundo semestre, evitando assim que adentrasse em 2022, quando a pauta eleitoral poderia comprometer a tramitação. Foi exatamente o que aconteceu. Até hoje o projeto está estagnado, embora haja um interesse já manifestado do governo federal de iniciar algumas votações ainda neste primeiro semestre. O projeto que garantirá a criação do IBS, entretanto, deverá ocorrer somente daqui a um ano.

“Há entraves dentro da proposta do IBS que merecerão novas mesas de debates. Existe um estremecimento nas relações entre municípios e estados por conta da fusão do ICMS e do ISS num mesmo tributo. Há um receio dos prefeitos de que eles percam arrecadação neste sentido. É uma pauta delicada, que também precisará ser trabalhada pela União para viabilizar o IBS”, analisa o Igor.

Além disso, será necessário diminuir as tensões com o próprio Congresso Nacional, cuja divisão hoje é pouco animadora para os projetos do Palácio do Planalto. “Há um entrave político que passa pela falta de prestígio do governo federal. Será necessário abrir negociações com o Centrão para aprovar a reforma tributária, mas isso somente depois de solucionar os percalços que o próprio projeto já está criando. Não vai ser uma proposta fácil, mas todo mundo sairá ganhando se conseguirem a aprovação”, defende o advogado da Montalvão & Souza Lima Advocacia de Negócio.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Taxa Selic ainda dita juros de mora, mas definição não alcança unanimidade nem mesmo no STJ

Reajuste anual dos planos de saúde exige que os consumidores fiquem atentos para evitar abusos

Empresas abrem-se à implementação de boas práticas internas, a fim de adaptar-se ao mercado